Com o avanço da inteligência artificial (IA), a educação enfrenta uma revolução tecnológica que está modificando profundamente o papel dos professores. A IA oferece ferramentas que inovam o ensino, como tutores virtuais, softwares personalizados de aprendizagem e assistentes de correção automática. Mas essas inovações também trazem desafios importantes para os educadores, que precisam enfrentá-los para garantir uma integração ética e eficaz da tecnologia nas escolas.

Um dos principais desafios enfrentados pelos professores é a redefinição do seu papel em sala de aula. Com a IA fornecendo respostas rápidas e materiais personalizados, o professor, antes visto como o principal transmissor de informações, precisa agora se reinventar como um orientador que desenvolve o pensamento crítico e as habilidades socioemocionais dos alunos. “Mais do que nunca, o professor precisa ajudar os estudantes a interpretarem criticamente as informações geradas pela IA, não apenas aceitá-las como verdades absolutas. É o que fazem os nossos professores”, comenta Maria Teresa, diretora pedagógica do Colégio Natureza.

Impacto da IA na vida dos alunos

Além disso, um aspecto desafiador é o impacto da IA ​​no trabalho dos alunos. Ferramentas como chatbots, que geram textos automáticos, resumos e até respostas para avaliações, levantam preocupações sobre o plágio e a real assimilação de conteúdo. Para evitar que os alunos se tornem dependentes dessas tecnologias, os educadores devem criar formas de avaliação mais criativas e robustas, garantindo que habilidades como escrita, análise e pensamento crítico continuem sendo desenvolvidas.

A questão da inclusão digital também se destaca como um desafio crucial. Dados da Unesco mostram que aproximadamente 46% dos alunos ao redor do mundo ainda não têm acesso adequado à internet para utilizar tecnologias avançadas, como a IA, em seu aprendizado. Para Maria Teresa, não se deve permitir que a falta de acesso tecnológico amplie a desigualdade educacional: “É responsabilidade das escolas garantir a capacitação tecnológica dos professores e investir em infraestrutura”.

Parceria: Sistema Bernoulli e Colégio Natureza

Em busca de soluções eficientes e inclusivas, o Colégio Natureza fechou recentemente uma parceria com o Sistema Bernoulli, que será implementado em 2025 e aproximará a IA aos alunos, de uma maneira segura e eficaz. A plataforma Bernoulli oferece conteúdo didático intuitivo e gamificado, com o apoio de inteligência artificial, permitindo que os estudantes acessem informações de fontes seguras enquanto aprendem de forma interativa e personalizada. Esse sistema busca justamente integrar a IA ao processo de ensino, sem abrir mão da qualidade e da segurança no aprendizado, fortalecendo o papel do professor na mediação desse conhecimento.

Outro desafio importante é o impacto emocional e social da IA ​​nos profissionais da educação. Muitos professores podem se sentir ameaçados pela possibilidade de serem substituídos por máquinas. No entanto, quando bem utilizada, a IA pode potencializar a atuação dos docentes, permitindo que se concentrem mais no desenvolvimento humano do aluno. Como ressalta Maria Teresa, a IA não substitui o valor do professor; ao contrário, ela expande as possibilidades de criar um ambiente de aprendizagem dinâmico e personalizado.

O que diz a BNCC?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por exemplo, já reconhece a importância de preparar os alunos para lidar com as tecnologias digitais. A quinta competência da BNCC reforça que os estudantes devem ser capazes de “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa, reflexiva e ética”.
Diante desse novo cenário, o equilíbrio é a chave para o sucesso. “A inteligência artificial deve ser vista como uma aliada para potencializar o ensino, mas nunca como um substituto para o papel insubstituível dos professores na formação de indivíduos capazes de pensar criticamente e de tomar decisões informadas”, pontua Maria Teresa.

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