Descubra como a comunicação respeitosa pode transformar as relações entre alunos, famílias e educadores no cotidiano escolar.

Nos últimos anos, a forma como nos comunicamos mudou muito. Redes sociais, excesso de estímulos digitais e até a pressa do dia a dia tornaram as conversas mais superficiais e, muitas vezes, mais ríspidas.

Maria Teresa, diretora pedagógica do Colégio Natureza, afirma que tem percebido, tanto no ambiente escolar quanto na vida em geral, que a comunicação entre as pessoas anda cada vez mais agressiva. “Isso é preocupante, porque, muitas vezes, pequenas situações poderiam ser resolvidas com mais calma, clareza e respeito”.

O que explica o aumento da agressividade?

A ciência aponta algumas razões para esse cenário:

  • Excesso de estímulos digitais: nossa atenção fragmentada gera impaciência.
  • Altos níveis de estresse e ansiedade: a sobrecarga emocional aumenta reações impulsivas.
  • Mudanças nas relações sociais: após a pandemia, muitas interações ficaram mais superficiais.

Além disso, fenômenos como o “efeito bolha” das redes sociais, que fazem com que as pessoas vivam em uma espécie de bolha social ou informativa, reforçam apenas opiniões semelhantes às nossas, dificultando o diálogo aberto. O anonimato na internet também encoraja posturas agressivas que dificilmente ocorreriam em conversas presenciais.

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Polarização e rivalidades: o diálogo perdeu espaço?

Seja em debates sobre esportes (Palmeiras x Corinthians, Grêmio x Inter) ou até em discussões cotidianas, a polarização parece estar em alta. Divergir de opiniões é natural, mas, quando falta respeito, o diálogo se transforma em disputa.

O desafio está em aprender a discordar sem desrespeitar, entendendo que cada ponto de vista pode trazer aprendizado. “O xis da questão é que, muitas vezes, acreditamos que o problema está nos outros. Mas quantas vezes, sem perceber, usamos um tom ríspido, interrompemos alguém ou não escutamos com atenção? Por isso, a melhor dica é aplicar a empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro para reconstruir relações mais saudáveis, tanto na escola quanto fora dela”, afirma Teresa.

Nas relações familiares, por exemplo, pais e filhos podem ter visões de mundo diferentes. Em vez de impor regras ou desconsiderar os sentimentos do outro, é preciso dialogar e buscar compreender as perspectivas para transformar um momento de tensão em aprendizado mútuo.

No Colégio Natureza, acreditamos que aprender a se comunicar faz parte da formação integral. Por isso, incentivamos os estudantes a:

  • Ouvir com atenção antes de responder.
  • Respeitar as diferenças, mesmo quando discordam.
  • Falar com clareza e calma, evitando agressividade.
  • Praticar empatia em cada conversa.
  • Valorizar o diálogo, não a disputa.

Essas atitudes ajudam a construir um ambiente escolar mais acolhedor e colaborativo, preparando os alunos não só para os estudos, mas também para a vida em sociedade. A comunicação respeitosa não é apenas uma habilidade social, mas uma ferramenta essencial para construir um futuro mais humano. Na escola, em casa ou nas redes sociais, cada palavra pode ser ponte — ou muro. Cabe a nós escolhermos com consciência.

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